quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Can't You Hear Me Knocking

Primeiro vem o trabalho. O líquido: o impulso. Depois vem a tacada. Quando você sente vontade de voltar vem o pedido. Clamam por seu nome e isso te transforma em um deus pagão. Você vai. Vai, vai, vai, mas nunca chega. É o momento da primeira expiração. Dizem-te, “Passa o dedo. Seco cara. Seca o dedo. Olha como dissolve.”. E a escama de peixe está em sua mão. Tudo aquilo que o dicionário chama de “claro” esfarela na sua mão como manteiga. Ainda não existe o deus, só existe a falsa presença. E você espira com força pelo canal. E você acorda. Outro. Mundo. Deus. Tudo é você. Sede. Fome. Some tudo e somente você importa. A família, as leis, a morte bate a sua porta. Você está ligeiro. Suspenso em sua era de ouro. Foge. Corre. Busca quem tu queres. Mostra quem tu és. A dopamina não mais age. A noradrenalina corre parca. Agora você é o deus branco. Curto e morto como um tiro sem alvo.